terça-feira, abril 04, 2006

Torre - parte 1

Nada mais que um insano construtor
Com uma ideia louca de transmitir dor.
A sua imaginação induziu-o a criar um monumento
Que arrastará a sua essência ao sabor do vento.

Uma escultura erguida com negrume em si entranhado,
Com uma mensagem que não ficará no passado
Mas que voará até ao futuro.
Para sempre todos se lembrarão
Da alma putrida do criador desta construção,
Desta fonte de ódio puro
Que será impossível de derrubar como um muro.
Nada conseguirá derrubar
Esta obra que eu há tanto venho a amar.

Projectos atrás de projectos.
Calculos intermináveis para atingir a perfeição.
Passei um ano a imaginar a sua criação,
E finalmente vai começar.
Os alicerces já estão a ser formados,
Brevemente em betão serão mergulhados.
Escondidos para a eternidade,
Servindo de base para toda a maldade.

O tempo tórrido arde o meu corpo,
Mas a minha alma mantem-se gelada.
Esta torre está consagrada,
Nada nem ninguém me conseguirá parar,
Nem mesmo que me tentem matar.
Este templo do chão vai irromper
Para que seja temido pelo mundo,
Para sentirem o verdadeiro ódio profundo.

Ergue-te vil estrutura !
Falta pouco para o teu reinado de amargura.


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