Eternidade

Ha quem diga "Aquele é sortudo",
Mas nao conseguem ver a inutilidade de tudo.
Nao conseguem ver que a nossa razao
É a de voltar para a terra semeada pela mao.

Voltar para os confins do nada,
Caminhar de novo na obscura estrada,
Que nao acaba nem começa,
E que só aumenta se tivermos pressa.

Tudo para andar de novo debaixo daquele sol ardente,
Que é negro como a noite,
Mas que cega toda gente.

No final vamos todos conhecer a humanidade verdadeira,
Que é suja como a agua de uma torneira.
Simples e clara,
Mas com uma força destrutiva que ninguem para.

Mas nada tem importancia,
Pois mesmo que nao existisse arrogancia,
Todos iriamos acabar no mesmo local,
Naquela cova mesmo por debaixo do sobral.

É la que a madeira nos vai acolher,
E é essa mesma que ao mundo real nos vai trazer.
No inicio do final veremos o final do inicio,
Onde tudo começou,
Onde nada existiu,
Onde nada acaba,
Mas onde tudo cessa eternamente.
Onde os dias se transformam num so,
Onde o sofrimento da verdade se intensifica.